sábado, 4 de outubro de 2014


Última edição do 30 dias de Black Metal do mês de Setembro!
Dia: 21 de Setembro
Banda: Arckanum
Nacionalidade: Suécia
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Álbum: Helvítismyrkr
Ano: 2011

Capa:

Arckanum É uma banda de um homem só (Shamaatae) fundada em 1992 que conta com mais de 20 projetos lançados. Esse álbum é o 7º da "banda". Logo na primeira faixa já percebo que este aqui é um projeto mais voltado para o lado experimental. Os riffs não são apropriadamente obscuros para o black metal e a bateria geralmente é bem rápida (em algumas faixas lembra bastante algo vindo do thrash) mas, em muitos momentos tem um som abafado. O melhor jeito de descrever o vocal é como sendo "rasgados" e em muitas partes parecendo sussurros diabólicos das profundezas. O baixo é audível, mas fica muito mascarado atrás da guitarra, servindo apenas como auxiliar para o som. De um modo geral, a produção é boa. Acredito que o som abafado seja uma característica feita propositalmente, para dar uma sensação mais atmosférica à música. Apesar de Helvítismyrkr ser sim, pesado, não pude deixar de notar o quão "feliz" ele também é. Me lembrou bastante do som de "Sunbather" da Deafheaven, que provavelmente teve inspirações desse álbum (se eu tivesse ouvido este álbum antes, ao invés de Sunbather, provavelmente iria fazer essa conexão também). O vocal é o que mais me lembra do black metal de raiz, enquanto os instrumentos tem uma emoção diferente neles. Acho que esse som menos agressivo se deve pela melodia da guitarra, que tem um foco muito grande em todas as faixas. A melodia é bem semelhante entre algumas faixas, como por exemplo da "Helvitt" para a "Myrkrin Vinna Hefnt", quase nada muda e mesmo assim, você é capaz de perceber que não é a mesma música. Existem transições óbvias de faixa para faixa pra quem está prestando atenção mas, uma pessoa que escutar isso apenas ao fundo, provavelmente pensará que essas duas e outras são a mesma música. Alguns elementos bem interessantes foram adicionados também, tais como na faixa "Svartr ok Þursligr", que contém violinos no final. Definitivamente uma surpresa agradável. Na já mencionada "Myrkrin Vinna Hefnt", vocais limpos aparecem no finalzinho, dando um toque a mais de emoção na faixa. As letras focam principalmente na ideologia gnosticista, que seria uma religião/filosofia que poucos conhecem, fazendo de Arckanum uma banda até que bem inovadora. Uma coisa que não gostei foi dos diversos minutos de silêncio na última faixa "Sísoltinn". Sou um eterno odiador desses momentos de nada. Não existe argumento algum por trás disso. É simplesmente chato... Pra simplificar: Helvítismyrkr é um álbum sólido e coeso, com melodias memoráveis que retrata temas raros na música e que tem um som que foge do padrão do black metal. Por esses e outros motivos, minha nota para esse álbum é:

4/5 Corvos



Dia: 22 de Setembro
Banda: Behexen
Nacionalidade: Finlândia
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Álbum: Nightside Emanations
Ano: 2012

Capa:

Behexen É uma banda finlandesa, fundada em 1994, que inicialmente tinha o nome de "Lords of the Left Hand", este que foi abandonado e trocado pelo nome atual em 1996. Este álbum é apenas o 4º da banda que inclusive demorou quatro anos para sair desde o álbum de 2008, então é claro que os fãs estavam mais do que ansiosos para um novo projeto. "Nightside Emanations" Começa com a faixa "Intro", que pelo órgão, apresenta um som medieval, quase que ritualístico com uma atmosfera sombria. Não é uma faixa de introdução normal pois não apresenta nada do que está por vir no álbum, mas, de qualquer maneira uma surpresa agradável. "Wrathful Dragon Hau-Hra" Quebra essa tranquilidade sombria da intro e libera um som poderoso e agressivo que se segue na faixa seguinte também, "Death's Black Light", esta que lembra muito as raízes da segunda geração do black metal com a bateria rápida, riffs memoráveis e o vocal ríspido. "Circle Me...", por outro lado, já contém um som um pouco mais diferente, com um ritmo mais lento e vocais nem ríspidos e nem limpos (uma junção dos dois). A letra dessa música chama a atenção (apesar de ser simples) por conter entidades divinas que estão presentes em diversas religiões, sendo essas Samael, Azazel e Lilith. Os destaques das guitarras (Shatraug - membro da Horna - e Luctus) ficam nas faixas "We Burn with Serpent Fire", que contém riffs empolgantes e, de "Temple of the Silent Curses", com riffs memoráveis. O vocal de Hoath Torog (membro da banda "Sargeist") são especialmente bons em faixas como "Awaken Tiamat", com um vocal fantasmagórico em certas partes e, "Shining Death", no qual os vocais estão mais pesados, mais guturais e fantasmagóricos também. A bateria fica por conta de Horns (também membro da Sargeist). As letras num geral não são particularmente criativas, salvo algumas exceções em certas frases, principalmente pelo satanismo saturado que, está presente em todas as músicas, deixando o tema deveras repetitivo (não que isso seja uma reclamação, mas seria legal ter alguma diversificação nos temas). A letra que mais achei legal foi a da última faixa, "Kiss of Our Dark Mother", que representa muito bem, juntamente com o vocal, essa sensação obscura do gênero, mas, esta também contém diversas partes recicladas das outras faixas. A produção é típica, o baixo inaudível e o som abafado dos instrumentos. Nada de muito particular sobre isso também. Os quase 50 minutos de Nightside Emanations tornam este um projeto um álbum sólido, mas que não contém muitos elementos únicos o suficientes para se destacar. É um álbum que vale a pena ser escutado, certamente, talvez mais do que algumas vezes inclusive, mas, que só será considerado um dos preferidos pelas pessoas que realmente gostam desse tipo de crueza no black metal. Nota:


3,5/5 Corvos




Dia: 23 de Setembro
Banda: Black Witchery
Nacionalidade: Estados Unidos
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Álbum: Inferno of Sacred Destruction
Ano: 2010

Capa:

Black Witchery É uma banda americana que começou suas atividades em 1990, com o nome "Irreverent", posteriormente mudou para apenas Witchery em 1994 e somente em 99, adotou o nome atual. "Inferno of Sacred Destruction" É apenas o terceiro álbum da banda, tendo lançado o anterior em 2005 e outro antes desse, em 2001. O álbum começa com apenas barulho e gritos demoníacos ao fundo, que te dão aquela sensação do death metal muito característica. Após isso o caos predomina. Barulho aqui, barulho lá, uma junção de black e death metal muito intensa. O som é cru, direto ao ponto e pesado. Só existem duas ou três "pausas" desse  inferno mas, essas pausas (que são mais interlúdios), tem também o seu nível de brutalidade alto, com gritos pitorescos ao fundo.  O que a Black Witchery faz aqui é simplesmente te socar no estômago com a música. Não só pela força e agressividade do som, mas também pela duração do álbum, que contém 24 minutos (seguindo o padrão de seus dois últimos álbuns, que tiveram menos de 30 minutos cada). O cover de "Kingdom Against Kingdom" da banda Conqueror também ficou muito bom, não deixando de lado a essência da música e também incluindo o próprio estilo nela. Em faixas como "Ascencion of The Obscure Moon", o som é claramente influenciado pelo death metal, não só no vocal de Impurath, como também na bateria (Vaz) e na guitarra (Tregenda). As letras não possuem um caráter único nem especificamente criativo, mas combinam com o estilo do som e com a duração das faixas. Os 24 minutos de "porradaria" são apreciáveis e o valor de replay é alto, entretanto, acredito que os fãs de death irão apreciar esse projeto muito mais, pois a semelhança é maior com outras bandas do gênero, apesar de ser sim, um álbum que mescla muito bem os dois gêneros (black e death). Nota:

3/5 Corvos




Dia: 24 de Setembro
Banda: Darkthrone
Nacionalidade: Noruega
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Álbum: Total Death
Ano: 1996

Capa:

Darkthrone É uma banda que existe desde a década de 80, mais precisamente 86, mas, tinha um outro nome naquela época e tocava um estilo diferente. Black Death era o nome e death metal era esse gênero. A banda também é uma das mais conhecidas atualmente no cenário do black metal. Total Death É o 6º álbum da Darkthrone. A princípio percebe-se que a produção é bem "ruim". Muitos barulhos pequenos são perceptíveis, mas, a presença do baixo audível me fez por um momento questionar a qualidade da produção. Definitivamente é ruim, mas de uma forma diferente, que foge do padrão. As letras, de uma forma geral, não tem muito o que ser absorvido. Acredito que foram feitas em menos de 30 minutos cada uma, pois são bem simples. "The Serpents Harvest" e "Blasphemer" são definitivamente os destaques nesse quesito. Os riffs também não são particularmente memoráveis, entretanto, devo apontar a faixa "Earth's Last Picture" como a dona dos melhores riffs do álbum. Os vocais de Nocturno Culto são altamente ríspidos e sombrios, que provavelmente são a coisa mais interessante em "Total Death". A bateria de Fenriz parece que a cada música vai decaído de produtividade, parecendo cada vez mais entediante. Não ouço muita criatividade no instrumento como vi em outros. Em muitos momentos mal consegui ouvi-la, então talvez não seja um total desmérito de Fenriz, e sim, da produção. Um dos destaques dessa falta de um som da bateria proeminente é a já mencionada "The Serpents Harvest", faixa mais longa do álbum. Um ponto positivo é a duração de "Total Death". Pouco mais de 35 minutos, o que contribui e muito para este não ser um álbum ruim. Creio que essa tenha sido uma experiência válida, muito mais pelo conhecimento do que pela música em si. É um álbum que vale a pena ser ouvido pelo menos uma vez, mas não sei qual o valor que tem após isso. Eu certamente não tenho desejo nenhum de ouvir novamente, apesar de não ter achado ruim. Nota:


3/5 Corvos



Dia: 25 de Setembro
Banda: Graveworm
Nacionalidade: Itália
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Álbum: Engraved in Black
Ano: 2003

Capa:

Graveworm É uma banda italiana que foca mais no lado melódico e gótico do black metal. Somente na capa já podemos perceber essa influência gótica, com uma igreja ao fundo e uma atmosfera obscura. A banda foi formada em 1992 e, já contém 8 álbuns em sua discografia. "Engraved in Black" Começa com "Dreaming Into Reality", uma faixa de introdução excelente, com boa produção, vocais guturais ótimos, mudanças de ritmo, teclado... Me fez questionar muito as reviews que li por aí, falando que este era um álbum monótono e sem criatividade. Já escutei outros álbuns da banda, tais como "Collateral Effect" e "(N)utopia", mas este é o primeiro no qual vejo um potencial absurdo em Graveworm. Os vocais de Stefan Fiori abrangem os vocais guturais tanto mais rasgantes e "finos", como os mais densos e poderosos. Uma variedade incrível nesse quesito para apenas um vocal. O teclado (tocado por Sabine Mair) brilha de tempos em tempos com melodias incríveis que combinam muito com os riffs das guitarras (Stefan Unterpertinger e de Eric Righi, que também toca o baixo). Elementos inusitados também são implementados em algumas faixas, como por exemplo em "Thorns of Desolation", uma faixa instrumental que nos presenteia com o som de uma gaita de fole. Um interlúdio muitíssimo bem-vindo para não fazer o ouvinte se afogar nessa amalgama de sons que as faixas anteriores tem. A variação não para por aí, pois até nas letras vemos uma diversificação interessante, indo desde a depressão e as forças do mal, até a covers de bandas como R.E.M., na qual a faixa em específico "Losing My Religion" trata mais do lado romântico com a presença da depressão. Os covers não param por aí, pois tanto na edição digital limitada como na japonesa, existem uma faixa bônus para cada contendo um cover. Na digital limitada, existe "It's a Sin", cover dos Pet Shop Boys e na japonesa, "Christian Woman", da Type O Negative. Todas feitas com muita astúcia, pois são reconhecíveis, mas contém os elementos da banda. Em faixas como "Beauty of Menace", o ouvinte pode pensar que essa seria uma faixa muito mais tranquila do que as outras (pelo teclado no começo), mas se engana, pois é agressiva na bateria (Maschtl Innerbichler) e também nos vocais. O álbum normal termina com "Apparition of Sorrow", outra faixa instrumental bacana, que termina "Engraved in Black" de uma maneira estilosa, mas não tanto em comparação com a primeira faixa instrumental. As últimas duas faixas (covers, já mencionadas), também são importantíssimas para essa experiência, pois também tem esse mesmo som excelente da banda, mas com músicas já conhecidas popularmente. Recomendo que todos escutem, não só o álbum, mas essas duas faixas também. Nota:

4,5/5 Corvos




Dia: 26 de Setembro
Banda: Chaos Moon
Nacionalidade: Estados Unidos
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Álbum: Resurrection Extract
Ano: 2014

Capa:

Chaos Moon É mais um daqueles projetos excelentes de um homem só. Este homem é "Esoterica" (Alex Poole). "Resurrection Extrat" Começa com uma faixa instrumental ("Seein Through One I") que dá uma ideia completamente diferente de como o álbum soará. Assim que "Bloodfall" começa, percebe-se que a ideia é totalmente diferente. Um som muitíssimo pesado me pega de surpresa e me faz esquecer de tudo que já escutei na vida. Naquele momento só Chaos Moon existia. E esse sentimento persistiu durante o álbum todo. Nem terminei de escutar o álbum e já compreendi que esse se tornará um dos meus prediletos. Uma atmosfera densa e sombria está presente em todas as faixas. Existem também mudanças muito interessantes que acontecem de faixas em faixas, como por exemplo no final de "Dreams Scattered Over An Infinite Mirror", na qual um som calmo se apodera, terminando a faixa ainda com este som e começando "Asemic Weakness" como se fosse a mesma música, esta que começa calma mas vai variando conforme o tempo passa. Esta "paz" da música é constantemente quebrada por gritos torturantes ao fundo e que vão se quebrando aos poucos, até só a escuridão sobrar, e então, aos poucos, começa a ficar calma novamente. Isso acontece bastante. O som pode estar tranquilo, mas não se iluda, pois logo a escuridão chega com todas as forças. Todas as faixas parecem estar conectadas de alguma maneira, deixando esta uma experiência muito mais gratificante do que se fossem apenas músicas aleatórias. Uma dessas transições não óbvias que mais me fascinou foi entre a faixa "Hymn to Iniquity, Part II - Exsequiae", que no final contém um som ambiental muito parecido com algo vindo do doom metal, e a faixa "Empty Fissure", que seria para te acalmar um pouco antes do "grand finale" que é "Exordium of Exile", faixa que é simplesmente magnífica pela escuridão nela imbuída. "Resurrection Extract" Definitivamente é uma montanha-russa de emoções e, pra mim significa exatamente as mudanças de temperamento que o ser humano presencia no dia-a-dia. Seria muito bacana ler as letras algum dia, mas, por enquanto ninguém se ofereceu para transcrevê-las. Resumindo, o álbum serviu para mim como uma sessão de terapia. Existiram momentos calmos, que na analogia seria o momento em que as duas pessoas estão ali pensantes, ou falando sobre assuntos triviais e felizes, e, momentos pesados, cheios de ódio e angústia, que seriam aquelas discussões que resultam em discussões nocivas e a um clima impróprio. Saí muito mais leve, mas pronto pra muito mais. Nota:

5/5 Corvos




Dia: 27 de Setembro
Banda: Frozen Dawn
Nacionalidade: Espanha
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Álbum: Those of the Cursed Light
Ano: 2014

Capa:

Formada em 2006, Frozen Dawn é uma banda espanhola que é voltada pro lado melódico do black metal. Este é apenas o segundo álbum da mesma, com o primeiro sendo lançado três anos atrás (2011). "Those of the Cursed Light" Não chega a ser um álbum conceitual, entretanto, existe um tema presente em todas as faixas, que seria o "frio", o gelo. Apesar das letras serem bem vagas, o papel de pintar uma atmosfera assim é cumprido. Na primeira faixa, por exemplo, o som do vento passando sobre as estruturas gélidas é evidente e, chega a me lembrar de álbuns como "Mellom skogkledde aaser", da Kampfar. Mas isso não dura muito não. Alguns segundos congelantes depois o álbum se transforma nesse som melódico, com grande atividade por parte da guitarra e acaba esquecendo a atmosfera, que a banda parece amar tanto. Uma coisa que não me agradou muito foi o vocal alá thrash metal. Raramente alguma variação é experimentada nesse quesito, como em breves trechos da música "Nocturnal Sacrifice", no qual ele libera um gutural curtíssimo, mas bacana e em "Under Thy Throne", que é o que mais chega perto de um vocal de black metal que está nesse álbum . Esse fator com certeza fará algumas pessoas não gostarem muito do som feito pela banda. O foco está totalmente na guitarra, tanto na principal de Lord Morgoth, como a segunda guitarra de Grinder (que é também o vocalista). Riffs interessantes estão presentes por toda parte, entretanto, pra mim, o destaques fica na música "Blackened March". Uma curiosidade é que a banda não tem baixista nenhum, entretanto, em faixas como "Kalte Seele" (que tem as letras em alemão), contém a presença do instrumento, que fica bem evidenciado. Creio que se adicionassem mais elementos dignos do ambiente e, talvez colocassem mais um vocalista (este que seja capaz de realizar guturais extremos), a banda conseguiria atingir um som muito mais agradável. É um álbum legal de se ouvir, mas que não tem nada de novo e nem de muito interessante. As faixas muitas vezes parecem mais longas do que o necessário e que acaba ficando um pouco monótono. Dá pra ser ouvido tranquilamente, principalmente ao fundo, mas não ficará "em rotação" na minha lista de álbuns de black metal. Nota:

3/5 Corvos



Dia: 28 de Setembro
Banda: Old Man's Child
Nacionalidade: Noruega
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Álbum: Ill-Natured Spiritual Invasion
Ano: 1998

Capa:

Encontrei essa banda logo depois de ficar viciado em Carach Angren, mais especificamente no ultimo álbum, "Where the Corpses Sink Forever", que é essencialmente um projeto de black metal sinfônico. Procurei, procurei e acabei encontrando "Old Man's Child", essa banda esquisitíssima. Formada em 1989, a banda era conhecida como Requiem e fazia covers de Metallica e Slayer. Posteriormente, em 93, adotaram um breve período de death metal, que no mesmo ano foi abandonado pelo black. Apesar de não ser uma banda de um homem só, aparentemente neste álbum (de acordo com o metal archives, claro) somente Galder (também membro da Dimmu Borgir) participou da criação. E se isso for verdade, palmas pra esse cara. Não basta ter um dos melhores vocais que já ouvi, mas também complementou tudo muitíssimo bem com os instrumentos. A produção em "Ill-Natured Spiritual Invasion" é muito boa, porém ainda deixa um pouco daquela sensação do bom e velho black metal mal produzido. O baixo pode ser escutado com clareza, os riffs da guitarra são criativos e memoráveis, a bateria tem uma variação de ritmo legal, teclados estão presentes... Tudo em completa harmonia. No quesito letras, não tenho tantos elogias assim, mas pelo menos também não tenho críticas. Elas fazem o seu trabalho sem roubar a cena, sem serem notórias, estão apenas lá como uma parte do produto. O que é bom e ruim, certamente, mas não atrapalha no resultado do álbum. O que realmente brilha, na minha opinião, é o vocal. Creio que eles foram gravados mais de uma vez e então, colocados por cima um do outro, formando diversas camadas demoníacas insanas de som. Logo na primeira faixa, "Towards Eternity", o ouvinte já é pego de surpresa com essa brutalidade vocal. Não consigo não focar nesse quesito, pois, nunca ouvi nada parecido com isso antes na minha vida. Outra coisa que ajuda muito a valorizar esse projeto é a duração de apenas 35 minutos, aumentando muito o valor de replay e, diminuindo a chance de alguém achar o álbum monótono. Eis aqui um detalhe que não tem nada a ver, mas que é curioso de ressaltar é que essa criatura na capa lembra muito o Lord Zedd, dos Power Ranges... Pontos bônus pelo valor nostálgico? Enfim, por esse som abrangente, muitos irão discutir sobre se esse é realmente um projeto de black metal ou não, mas, de que isso importa realmente? Existem influências de diversos gêneros e sub-gêneros e não é definindo um exato que deveria fazer você gostar mais ou menos desse álbum. Só aumente o som aí e curta esse black-metal-melódico-sinfônico-com-influências-do-death-e-de-uma-caralhada-de-coisa.

Nota: 4,5/5 Corvos



Dia: 29 de Setembro
Banda: Nocternity
Nacionalidade: Grécia
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Álbum: A Fallen Unicorn
Ano: 2004

Capa:


"A Fallen Unicorn" Pode ser um nome estranho para um álbum de black metal, mas não se deixe enganar, pois este é todo cheio de brutalidade. O álbum contém faixas que não foram usadas para o projeto "Onyx", de 2003, assim como 3 faixas bonus retiradas de splits anteriores. Na versão normal, apenas 26 minutos constituem "A Fallen Unicorn", entretanto, nesta que estou ouvindo são quase 40 minutos. "Klagelied des Windes" É a primeira faixa e, é inteiramente instrumental. Logo após ela, a agressividade já esmaga tudo pela frente. Faixas como "The Emerald Serpent Prince", possuem um caos instrumental notável, e essa é a beleza de Nocternity. Hora atmosférica e calma, hora perturbada e barulhenta. Aliás, esse "barulho", ruído, ou como você quiser chamar, fica presente o tempo todo, o que só aumenta essa agressividade da banda. Khal Drogo (sim, é inspirado nisso mesmo que você está pensando, Game of Thrones) É o responsável pelas guitarras malucas e barulhentas e pela bateria com a velocidade da luz, enquanto Merkaal se responsabiliza pelo baixo que dá um complemento bacana em algumas faixas como "To Grey Olden Shores", pelo vocal esquisito muito interessante e também pelas letras, que são no mínimo legais. Como se a esquisitice não fosse suficiente, o álbum contém um cover da Bjork, artista conhecida bela bizarrice. O cover é incrivelmente parecido, mas também incrivelmente diferente, muito mais denso. Achei isso excepcionalmente intrigante, pois a bizarrice da Bjork combina muito bem com esse som atmosférico do black metal e nunca vi ninguém antes fazer um som assim. A versão bonus de "A Fallen Unicorn" contém uma produção e atmosfera muito diferentes da primeira, sendo a primeira mais caótica, e a segunda mais "limpa", por assim dizer. Essas faixas bônus acrescentam valor a experiência, não só pela última faixa ser no mesmo estilo da primeira, instrumental, o que fecha o álbum muito bem, deixando-o mais coeso, mas também por essas faixas seguirem a experimentação após o cover da Bjork, o que faz total sentido. Nota:

4,5/5 Corvos



Dia: 30 de Setembro
Banda: Judas Iscariot
Nacionalidade: Estados Unidos
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Álbum: To Embrace the Corpses Bleeding
Ano: 2002

Capa:

Eis aqui outra excelente banda de um homem só, Akhenaten, que só não tocou a bateria nos projetos após o de 1999, Heaven in Flames. "To Embrace the Corpses Bleeding" Foi o último álbum dessa, que foi uma das bandas americanas de black metal mais bem conceituadas que já existiram. O álbum contém uma agressividade muito grande por parte dos instrumentos e do vocal. Os riffs estão furiosos, rápidos, até memoráveis, enquanto a bateria está rápida como uma metralhadora de trovões que não param um momento sequer. O vocal é justamente aquilo que é pra ser, ríspido, poderoso e cheio de ódio. O destaque dos vocais pra mim fica na faixa "Behold the Lamb of God Descending", pois parecem muito mais demoníacos e brutais do que no restante do álbum. Essa mesma faixa também tem ótimos riffs. O baixo mantém aquela fórmula velha do black metal, de ser praticamente inaudível, entretanto, prestando bastante atenção, é possível ouvi-lo de vez em quando em músicas como "In the Valley of Death, I Am Their King". Esse som cru e brutal é seguido muitas vezes por segmentos atmosféricos muitíssimo interessantes, como por exemplo nas faixas "I Awoke to a Night of Pain and Carnage" (primeira do álbum), contendo o som de chuva e trovões e "The Dead Burst Forth from Their Tombs", que termina o álbum dessa mesma maneira.
Uma coisa legal são os nomes das músicas, todos bem criativos e longos, o que talvez tenha a ver com aquela mesma história da Dosferd (lá na primeira edição do 30 dias de black metal), de as letras não serem encontradas facilmente, logo, o título ajuda o ouvinte a captar um pouco da mensagem através do título das músicas. Um ouvido bem treinado em gutural provavelmente conseguiria entender quase tudo que é gritado, creio eu. "Spectral Dance of the Macabre" Por outro lado, parece mais um filler e mesmo sendo curta, é o elo mais fraco de "To Embrace the Corpses Bleeding". A duração de 38 minutos é muito bem recebida, pois não te dá a oportunidade de ficar cansado do álbum, e, vendo como já existem 1 ou 2 fillers aqui, caso a duração fosse maior, o número com toda certeza iria aumentar.Enfim, é um álbum muito divertido de ser escutado que contém elementos essenciais para o black metal e, mesmo sendo o último que a "banda" lançou, acredito que com esse nível de som, muita gente gostaria que Akhenaten desse continuidade a Judas Iscariot. Nota:

4/5 Corvos



Considerações finais: Essa realmente foi uma experiência legal, entretanto, creio que não repetirei de novo tão cedo. Muitas vezes tive que escutar mais de um álbum por dia por não ter conseguido tempo pra ouvir no dia anterior. Várias vezes você acaba tendo compromissos que tomam um dia inteiro da sua vida, e aí começa a complicar o projeto, pois todo dia seria pelo menos um álbum e um review. Reclamação a parte, aprendi bastante sobre black metal, conheci muitas bandas legais e, tenho certeza que pra reviews futuros, essas informações serão muito úteis. Talvez eu crie uma outra vertente desse quadro com menos dias, ou algo do gênero, pois gostei bastante de fazer. Tentei também não deixar as reviews catastroficamente grandes, afinal, ouvi a maioria dos álbuns apenas uma vez e, acredito que as pessoas ficariam cansadas de ler tanta coisa em um post só. A ideia era essa, ouvir uma vez só e dar uma opinião somente com esse pouco tempo que passei com o projeto. Espero que tenham gostado assim como eu gostei...

-Henry de Luca

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