quarta-feira, 10 de setembro de 2014


"30 Dias de Black Metal" é um quadro que consiste justamente no que você pensou. Serão 30 dias e 30 álbuns de Black Metal, na qual diariamente estarei ouvindo e escrevendo sobre um deles. O objetivo é aprimorar não só o meu conhecimento no gênero, como também de indicar para os já amantes do metal negro algum álbum do qual podem nunca ter ouvido.



Pra não fazer um spam no blog, resolvi postar o quadro de 10 em 10 dias, logo, serão 3 desses por mês, pra cada mês que eu fizer, claro. Adendos:

-Não existe nenhum álbum de black metal que eu ouvi que eu não tenha gostado (até hoje).

-Escolhi em sua maioria, bandas que são de certa forma renomadas, logo, se as notas forem muito altas não pensem que eu estou simplesmente tentando agradar todo mundo não. São realmente bandas que tem a tendência de serem mencionadas em conversas sobre "melhores banda de black metal". Em alguns projetos verão que eu me arrisquei nesse quesito e saí um pouco desse padrão.

Agora vamos ao que interessa, o METAL!

Dia: 1 de Setembro
Banda: Ocultan
Nacionalidade: Brasil
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Álbum: Atombe Unkuluntu
Ano: 2010

Capa:

Conheci a banda recentemente, mais precisamente em um show da Enthroned como principal. A banda que abriu o evento foi outra brasileira, Amazarak (ótima banda, muito agressiva), seguida de Ocultan. Fiquei maravilhado ao ver a habilidade de todos os membros mas, algo me chamou a atenção, e, esse algo era o vocal (de Count Imperium). Pareciam gritos de almas torturadas, grunhidos, sons guturais vindo do fundo do inferno, e eu adorei. Nunca tinha ouvido nada como aquilo, e naquele momento, os caras ganharam mais um fã. Nesse álbum, Count Imperium não apenas faz os vocals, como também toca na bateria. Sua mulher, Lady of Blood faz a guitarra e Magnus Hellcaller no baixo. O tema desse álbum, assim como todos da banda é relacionado com a Quimbanda, o que difere muito a banda da maioria das outras do gênero. A guitarra é muito evidente no som da Ocultan, mas, em faixas como "Unguia Unketa Muki Azan Akodi" é onde ela realmente brilha, acompanhando muito bem o ritmo hora frenético da bateria, hora mais "tranquilo". O vocal, especialmente na faixa "King of the Night Tribes" (também gostaria de mencionar a música "O Triunfo da Escuridão" nesse quesito, principalmente na rispidez), mostra vocais tanto fantasmagóricos, como ríspidos e horripilantes, criando um som capaz de transformar a mais simples das caminhadas em um passeio no mais assombrado cemitério. A bateria e o baixo tem um destaque muito interessante na penúltima faixa, "Kakulo (Reign of the Ancient Dead)". Existe uma progressão no nível de violência no som. Quanto mais se aproxima do final, mais pesado fica, e isso é ótimo, pois o que já tinha agarrado a sua atenção por ser obscuro, consegue te surpreender e prender ainda mais por ficar ainda mais obscuro. Por fim temos a última faixa, que não é uma música em si, mas serve muito bem como um encerramento, pois aqui ouvimos um ritual, que serve tanto como um interlúdio se estiver ouvindo vários álbuns de uma vez, como um encerramento total, caso só queira escutar esse álbum em específico. Ocultan é a prova viva de que bandas nacionais são tão boas quanto, isso se não melhores, que bandas internacionais. Dou a "Atombe Unkuluntu" uma nota de:

4,5/5 Corvos

Dia: 2 de Setembro
Banda: Young And In The Way
Nacionalidade: Estados Unidos
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Álbum: When Life Comes to Death
Ano: 2014

Capa:

Eis aqui outra banda que me surpreendeu pela originalidade. "Young And In The Way" Mistura elementos do punk, mais especificamente um sub-gênero chamado "crust", junto com o black metal. As letras falam muito de depressão, suicídio, auto-depreciação, coisa típica de um black metal depressivo, mas, o som é potente, cheio da energia e agressividade punk. Uma combinação muitíssimo interessante, pois ambos os gêneros tem sua dose de selvageria, criando assim um som violento. O vocal de Kable Lyall é muito mais voltado para o black metal, com gritos poderosos vindo direto do âmago. Uma curiosidade bem legal é que Young and In the Way está na mesma gravadora do que a banda "Deafheaven", famosa por também mesclar alguns elementos junto com o black metal. A última faixa, "Embrace Extinction" é a que melhor mostra a habilidade dos membros, na minha opinião. No começo temos um momento mais calmo, mas logo já vem a guitarra (Rick Contes) com muita "alma". Depois aparece a bateria (Randy Baucom) acabando com tudo de vez, seguido dos vocais. O baixo espaçoso de Chris Nolen finalmente é captado por mim, mais ou menos na metade do som, e, complementa muito bem a guitarra. Muita brutalidade nessa música. Outra curiosidade legal é que os caras tem apenas 5 anos de banda, mas, já contam com 9 projetos lançados, incluindo EPs, álbuns e Splits (prevejo que nos próximos 15 minutos já terei a discografia inteira dos caras). Os quase 47 minutos de música passam rapidamente, e termino o álbum querendo ouvir mais. Irei fazer exatamente isso.  Dou a esse projeto uma nota de:

4,5/5 Corvos



Dia: 3 de Setembro
Banda: Dodsferd
Nacionalidade: Grécia
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Álbum: Cursing Your Will to Live
Ano: 2007

Capa:

Esse foi o segundo álbum de 2007 que a banda grega lançou, e desde então tem lançado projetos anualmente. Uma coisa interessantíssima nesse projeto é o título das músicas, que são gigantescos, como por exemplo "You Called It Resurrection: I Call It a Fairytale for Human Parasites, Your Kind!". O principal fator pra isso é a banda não libera nenhuma de suas letras, em nenhum de seus projetos, logo, o título é a única parte da mensagem que você será capaz de captar, além é claro, do som. E o pior é que ninguém na internet consegue decifrar também, visto que procurei pelas letras e não achei nada. Independente de ter ou não as letras disponíveis, com um pouco de atenção dá pra entender quase tudo que ele fala grita. A primeira faixa é basicamente a definição de "calm before the storm", uma frase que traduzida ao pé da letra seria "tranquilidade antes da tempestade", ou algo do gênero. Essa tranquilidade não dura muito, pois a faixa tem apenas 1 minuto, e a partir daí é só ódio e vômito. Os riffs (que provavelmente são de Nadir, que é o principal guitarrista da banda, sendo o próprio Wrath a segunda guitarra) são ótimos e bem melódicos, enquanto a bateria de Maelstrom é a todo tempo rápida e agressiva. O vocal de Wrath é captado por mim como cuspes de líquido pútrido. Consigo ver o ódio em sua forma mais pura vindo do som, e isso me agrada demasiadamente. A guitarra tem uma melodia muito agradável aos ouvidos na música "I Was Challenged to Enter the Gates of Blasphemy", que inclusive começa com uma sample, coisa que também me fez muito feliz, visto que samples são escassas no gênero.  A faixa seguinte, "Under A Broken Cross, I Buried Your World" é basicamente um interlúdio gigantesco, porém, é extremamente brutal. Os gritos, que parecem choros torturantes vindo de um calabouço, dão um clima tenebroso ao seu ambiente e, conseguem fazer maravilhas para a minha imaginação. Num geral, todas as 10 músicas são muito semelhantes, entretanto, muito fáceis de serem diferenciadas. Tendo uma hora e 8 minutos (1:07:56), "Cursing Your Will to Live" não fica entediante um segundo sequer, tanto que eu, que nem acabei de ouvir ainda, já quero ouvir de novo. Esse é um dos melhores álbuns de black metal que já ouvi na minha vida. Por todos esses motivos, dou a este álbum uma nota de:

5/5 Corvos


Dia: 4 de Setembro
Banda: Nidsang
Nacionalidade: Suécia
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Álbum: Into the Womb of Dissolving Flames
Ano: 2014

Capa:

Apesar de estar no cenário há uma década (a banda se iniciou em 2004), Nidsang tem apenas quatro projetos lançados, sendo eles uma demo, dois álbuns e um EP. Pouca coisa para uma banda tão experiente, mas beleza. O destaque do álbum é a brutalidade. O vocal (Amducious) apesar de não ser nada excepcional, faz o seu trabalho, dando um sentimento real de guerra ao som. Quanto mais se ouve o álbum, mais a melodia da guitarra de Blodshird começa a ficar aparente. E a bateria de Korpr é fantástica! É tanto frenética quanto técnica. Por esses elementos, consigo sentir o clima da batalha enquanto ouço o álbum. Sangue voando, armas caindo, guerreiros gritando, violência por toda parte. É isso que absorvi do álbum. Um ponto negativo é que mesmo tendo 43 minutos (42:53), o som acaba ficando cansativo. O me impede de apreciar o álbum na sua totalidade. Da primeira vez que escutei, não tinha gostado da maioria das músicas, já da segunda, passei a gostar de todas, mas não sei quando é que essa terceira vez irá ocorrer. "Into the Womb of Dissolving Flames" É definitivamente um álbum que precisa ser digerido com calma, apesar de sua velocidade insana. Não só no álbum como um todo, mas faixa por faixa também. Não fui nem capaz de apontar uma preferida entre as 7 que estão aqui presentes. Todas são longas e bem parecidas. Junte isso com o fato da melodia demorar um pouco pra ser decorada e terás esse resultado confuso. No fim das contas, o que acontece é que todos os elementos adicionados ao som que não são meramente selvagens, tem um destaque pequeno e, são atacados com outros sons mais vorazes, deixando tudo muito na "mesmice". Concluindo, apesar de ser um álbum bacana, não tenho a pretensão de voltar a ouvi-lo tão cedo, mesmo sabendo do potencial que o mesmo tem para "crescer" no meu conceito a cada vez que ouvir de novo. Nota:

3/5 Corvos


Dia: 5 de Setembro
Banda: Borknagar
Nacionalidade: Noruega
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Álbum: Empiricism
Ano: 2001

Capa:

Era uma vez Øystein Garnes Brun, vocalista e guitarrista da banda Molested. Um certo dia, Øystein ficou cansado do som brutal de sua banda e, decidiu criar outra para justamente estender as barreiras do black metal o máximo possível. Surge então a Borknagar! Uma mistura de black e folk metal, com elementos melódicos e sinfônicos também. Esse álbum tem tudo, vocais guturais típicos do black metal, vocais limpos típicos do estilo viking, uma instrumentalização muito boa, melodias excelentes, a presença de um piano, letras criativas, e por aí vai. As letras falam da natureza e, principalmente do cosmo, tema que nunca antes tinha ouvido em um projeto de black metal. Outra coisa que eu raramente ouço é o baixo e, aqui, tocado por Tyr, ele está muito presente. Inclusive, apontaria a música de número cinco como a que maior dá destaque ao instrumento, além de ter um começo bem pesado vocalmente falando. A formação para esse cd incluiu 6 membros, sendo eles o já mencionado Tyr no baixo, Vintersong nos vocais, o próprio Øysten e o Jens F. Ryland nas guitarras, Asgeir Mickelson na bateria e por último, mas não menos importante (muito pelo contrário) é Lars A. Nedlund, no piano, órgão, teclado e proporcionando os back vocals. Ufa, quanta gente. O piano é um dos instrumentos que mais tem destaque no álbum, tendo inclusive uma faixa quase que exclusiva para ele, sendo esta a "Matter and Motion", que serve muito bem como um interlúdio. Também não podemos esquecer de apontar quão bem executado o piano é na primeira (The Genuine Pulse) e na 9ª música (Liberated). As faixas de número 3 (The Black Canvas) e 5 (Soul Sphere) tem vocais muito sombrios que juntos com os vocais limpos criam uma atmosfera única. Uma banda que gosto muito que faz também essa mistura é a Crematory (da Alemanha) e, essas faixas me lembraram muito dela. Um álbum perfeito para quem gosta de bandas inovadoras. Não tem nada em Empiricism que é realmente falho. Gostando ou não, terás de admitir que a técnica é infalível. Uma verdadeira obra de arte que com certeza será ouvida por minha pessoa muitas vezes no decorrer da minha vida. Dou a esta obra uma nota de:

5/5 Corvos


Dia: 6 de Setembro
Banda: Endstille
Nacionalidade: Alemanha
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Álbum: Navigator
Ano: 2005

Capa:

Brutal, caótico, pesado, agressivo, essas são palavras que definiriam esse álbum muito bem. Com letras baseadas na segunda guerra mundial, Endstille abraça o tema e te faz ficar cara a cara com o cenário. O vocal de Iblis se encaixa perfeitamente com a bateria rápida e agressiva de Mayhemic Destructor (ótimo nome, por sinal), assim como os riffs da guitarra (Lars Wachtfels). Apesar de acabar de conhecer a banda, fiquei meio "triste" por saber que o vocalista e fundador da banda já não faz mais parte da mesma. Por motivos desconhecidos, Iblis misteriosamente saiu da banda (ou foi expulso, ou sei lá). Pelo menos eu sei que ele foi substituído por outro grande vocalista, Zingultus. As faixas que tenho que destacar pela brutalidade são: número 4 (Above The Vault Of Heaven), uma das músicas que mais bem representam o ódio, pesada do começo ao fim, muito pesada mesmo. Supriu minhas necessidades de carnificina. E a outra é a faixa de número 8 (Disillusioned Victory), que é também muito brutal. Sinceramente não tem nem muito o que falar de "Navigator", senão da brutalidade. São 43 minutos de puro fuzilamento na sua orelha. A faixa inicial tem uns 5 segundos, e é um sinal de radar emitido por algum navio. Interessante por se encaixar no tema, mas não sei se é realmente necessário ter uma faixa só pra isso. Pra mim, "Navigator" é o que soaria se satanás (existisse, primeiramente) reincarnasse e liberasse toda a tortura que já praticou em forma de música. Li algumas reviews por aí e as pessoas reclamam bastante de ser monótono, mas eu discordo totalmente. Pra mim o álbum é magnífico e, um dos mais agressivos, senão O mais agressivo que já ouvi. A nota é:
5/5 Corvos


Dia: 7 de Setembro
Banda: Horna
Nacionalidade: Finlândia
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Álbum: Kohti yhdeksän nousua
Ano: 1998

Capa:

A primeira coisa que notei no Metal Archives é que essa banda tem uma discografia gigantesca. São mais de 30 projetos, incluindo álbuns ao vivo, eps, splits, álbuns e compilações. Isso me deu uma ótima primeira impressão da Horna. O nome também é bem legal pois significa abismo e/ou inferno em finlandês. Escolhi este álbum pois é o primeiro full lenght da banda, o que me permitirá ver o progresso até os projetos mais novos. A produção aqui é boa, mas não boa o suficiente para afogar o som cru dos caras, o que é ótimo pro black metal. É tão boa que eu consigo ouvir o baixo (Skratt)! A bateria (Gorthaur) é aquela coisa de sempre, rápida e agressiva. A guitarra (Moredhel e Shatraug) e o baixo tem seus momentos, mas também não é nada muito inovador. Os vocais ríspidos de Nazgul von Armageddon são excelentes. O que chama a atenção em "Kohti yhdeskan nousua" é o quão bem executado são os instrumentos e não pela particularidade e originalidade dos mesmos. Criativamente falando não temos nada de novo, mas tecnicamente falando temos um álbum de black metal dos anos 90 com a sua mais pura forma. E eu consigo o apreciar pelo que ele é. A duração de 32 minutos ajuda bastante também. Não acho que iria gostar tanto quanto gostei do álbum se ele tivesse, digamos, 50 minutos. As faixas que mais tiveram destaque para mim foram: "Sword of Darkness"  com vocais ríspidos e agoniantes e "Sormus ja silmä" que tem 10 minutos e várias variações de ritmo. O nome do álbum é referente à mitologia de Senhor dos Anéis, o que deixa tudo mais interessante. A última faixa, que seria o "Outro", é um final agradável pois dá uma sensação de conquista, de que você passou pelo inferno e agora está simplesmente caminhando pelo cenário devastado. Nota:

4,5/5 Corvos



Dia: 8 de Setembro
Banda: Black Monolith
Nacionalidade: Estados Unidos
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Álbum: Passenger
Ano: 2014

Capa:


Fatos interessantes sobre a Black Monolith: O álbum está disponibilizado para download gratuito (confira o Bandcamp nos links importantes), é uma banda de um homem só, Gary Bettencourt, que já foi guitarrista da Deafheaven. Aliás, "Passenger" foi lançado pela gravadora "All Black Recording Company", do atual membro (George Clark) e ex-membro (Derek Prine) da Deafheaven, servindo como o primeiro álbum lançado por lá. O álbum foi gravado inteiramente na casa de Gary, o que deu muito certo, visto que os ruídos podem ser tanto propositais, como acidentais, mas ninguém saberá com certeza até que ele nos diga. O projeto consegue misturar diversos gêneros, desde o black metal (obviamente), crust, post-black metal, punk, hardcore e d-beat (que seria um tipo de punk). Conseguimos ouvir também algumas partes que foram claramente influenciadas pelo som característico do ambient black metal, como por exemplo no começo da música "Gold Watch". Os vocais, apesar de serem fortemente influenciados pelo som característico do black metal, são abafados, dando um toque ainda mais único para a "banda". O bacana de se ter projetos assim é que raramente você ficará entediado enquanto escuta. São tantos elementos, tanta coisa nova pra absorver, que é provável que você escute diversas vezes não por simplesmente ter gostado muito mas, para tentar captar o máximo possível do som. Componentes novos serão encontrados a cada vez que escutar. As faixas que mais se destacam para mim são: "Victims & Hangmen", sendo a música com menor duração no álbum mas, uma das mais pesadas, "Eris", sendo a última do álbum e a mais tranquila, conseguindo manter a sensação leve por 7 minutos e "Gold Watch", por motivos já mencionados. Nota:

4/5 Corvos



Dia: 9 de Setembro
Banda: Merrimack
Nacionalidade: França
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Álbum: The Acausal Mass
Ano: 2012

Capa:

Merrimack É uma banda francesa com 20 anos de experiência e um nome bem bacana (a palavra vem de uma língua celta antiga e significa "profundezas do inferno"). O álbum começa com "Vestals of Descending Light", uma faixa curtinha (49 segundos) mas que consegue dar um "preview" do que está por vir. Serve praticamente como um snippet do álbum. Uma coisa que recomendo muito é usar um fone, se puder, um fone bom, pois caso contrário dificilmente ouvirá o baixo (Daethorn), e alguns detalhes da guitarra também. Ou talvez os meus auto-falantes que sejam uma porcaria... Duas coisas que chamam muito a atenção enquanto está apenas visualizando "The Acausal Mass" são a tracklist, que parece mais algo vindo de um álbum de Death, ou até Brutal Death Metal e a capa, que é muito bem feita. Isso reflete no som, pois a produção é excelente e as músicas são muito agressivas. No quesito agressividade, aponto "Beati Estis Cum Maledixerint Vobis" como a mais caótica, tendo uma bateria (Blastum) bem rápida e vocais até que bacanas de Vestal. Não acho o vocal ruim em nenhuma música, mas, fico pensando se alguém capaz de fazer um som gutural mais forte não seria melhor pra banda. No álbum todo, praticamente, vemos riffs das guitarras (A.K. e Perversifier) que se encaixam muito bem nesse som "cru" da Merrimack, característico da segunda geração (traduzido banalmente de "Second Wave") do black metal. Na faixa  "Hypophanie" existe um instrumento bem interessante que não sei classificar ao certo, mas que na hora pensei em um bandolim. Tenho quase certeza que não é, e estarei fazendo um papel de tolo caso seja (ou caso não seja também), mas não importa. Achei essa adição bem interessante. Finalizando, se você for um fã de bandas como Immortal, Marduk e Gorgoroth, a chance de gostar desse álbum também é grande, mas, se for uma pessoa que só escuta black metal quando algo novo está introduzido no som, pode esquecer que Merrimack não é pra você. Nota:

4/5 Corvos




Dia: 10 de Setembro
Banda: Graupel
Nacionalidade: Alemanha
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Álbum: Am Pranger...
Ano: 2010

Capa:

Apesar da banda existir há quase 20 anos, Graupel conta com uma discografia minúscula de menos de 30 músicas, o que é absolutamente ridículo. Tudo é também cantado em alemão, o que é outro problema. Tirando isso, não existe nada desagradável em "Am Pranger..." tirando a última faixa, mas eu já chego lá. A bateria de Ratatyske é intensa, rápida, muito rápida e os vocais de Zingultus são horroríficos, ou seja, são ótimos. As faixas também tem suas partes melódicas da guitarra (Gnarl) e do baixo (Hiemos) acompanhando. Assim como o álbum da Merrimack, este também é bem característico da segunda geração do black metal, me arrisco a dizer que ainda mais até, principalmente pelos vocais. Continuando sobre o vocal, existem diversas variações que Zingultus faz, hora são guturais, hora quase que falados, e muitas misturas entre os dois, além de serem também fantasmagóricos em muitas partes. Ou seja, só aqui já existe uma vastidão incrível de técnicas. Uma faixa que mostra muito essa diversificação é a "Herkünfte Schatten". Outra que tenho que destacar é a "Ekel", que foca quase que totalmente na parte instrumental, contendo vocais apenas na metade da música e parecendo sussurros. Agora sim, falarei da última faixa, o outro, "Entgeistert". Que decepcionante. São 7 minutos inteiros de ambiente, um ventinho aqui, outro acolá, e é isso. Não faz o menor sentido escutar tudo isso de nada, visto que posso fazer isso a qualquer momento não escutando álbum algum. Diminuí bastante a nota por isso, nunca esperei ouvir uma faixa tão sem nexo e inútil quanto esta. Nota:

4/5 Corvos

E assim se encerram os 10 primeiros dias dos 30 de Black Metal. Daqui a 10 dias eu posto a segunda parte. Até lá!

-Henry De Luca

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